eu assisti uma babá quase perfeita (duas vezes! em duas cidades diferentes!)
- Malu Patrício

- 19 de mar.
- 4 min de leitura
do rio a são paulo, minha experiência com o musical foi ainda mais que perfeito: conheci um teatro novo, sentei na primeira fila e até reencontrei uma amiga de anos. vem ler!
contratada pela mãe recém-divorciada, miranda hillard, depois de uma super curadoria, a sra. euphegenia doubtfire é uma babá excêntrica e perfeita que atende uma família de três filhos: lydia, christopher e natalie. mas é claro que tem mentira aí: sra. euphegenia doubtfire é uma farsa. ela é resultado de um plano infalível criado por daniel hillard, o pai recém-divorciado que decide criar um disfarce pra ficar perto dos filhos.
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em 2024, viajei pro rio de janeiro com uma missão claríssima: ver de perto 'uma babá quase perfeita — o musical', em cartaz no teatro villagemall. a história é estrelada pelo robin willians no cinema e o clássico na versão dos palcos é original da broadway. no brasil, eduardo sterblitch é quem interpreta a babá-disfarce perfeita pros pimpolhos hillard. esse é o segundo musical dele — e o primeiro foi um dos meus favoritos e que vai voltar, beetlejuice! e os ingressos já estão à venda! se liga! tô avisando!
fiquei hospedada na casa da helena em ipanema. bem noveleira, bem longe da barra da tijuca e sem avisar mais ninguém que estaria por lá pelo rio. mas o teatro adora um plot, seja onde for, e na fila pra entrar encontrei uma amiga, a thais. não qualquer uma, uma da época que eu ainda morava em belém do pará, não assistia musicais e tinha minha própria babá. daqueles encontros que parecem ter saído de um roteiro de série. tão perfeito que no dia seguinte, a gente já tava juntas de novo num novo musical, decidido em cima da hora. o villagemall é mágico.
eu e helena sentamos: primeira fila. normalmente evito, mas... por R$ 19,80? quem evitaria? saindo de são paulo pro rio de janeiro? provavelmente muita gente — mas estávamos a fim e fomos. acho que no fim das contas, tudo é experiência. é bem legal que algumas produções disponibilizam lugares com preço popular na frente do palco, e ver o espetáculo dali, além de bem único, é mais barato que um combo do mcdonald’s.
eu não conhecia o villagemall, muito menos o teatro de lá (óbvio, né?), mas eu adoro essa coisa de marcar mais um na lista. acho interessante como o mesmo espetáculo pode ser visto em diferentes casas de espetáculo, como foi o caso desse pra mim. peraí, pausa no raciocínio: lembrei que já fui sim. minha primeira vez no teatro villagemall foi assistindo mamma mia, em abril de 2023. de qualquer jeito, não vi do mesmo lugar e ainda concordo com o que disse: é massa ver a mesma obra de maneiras diferentes, estando num mesmo lugar. é que é isso: teatro é o momento que estamos. e, no fundo, a gente nunca assiste ao mesmo espetáculo duas vezes — porque o palco muda, o elenco respira diferente e, no fundo, a gente também já não é mais o mesmo.
a montagem no rio trouxe uma performance envolvente do elenco inteiro, com thais piza sendo mãe e sterblitch equilibrando as duas personalidades completamente distintas com carisma e profundidade. lara suleiman entrega mais uma lydia, dessa vez, a filha de um divórcio, intensa e cheia de camadas, mas com a própria vulnerabilidade que existe no peso de ser a mais velha entre os irmãos. é magnética — como sempre.
em são paulo, fui de novo. dessa vez, na estreia vip no teatro liberdade, com uma amiga e um reencontro. vi com a mari e encontrei o léo, meu amigo também paraense. algumas mudanças foram feitas para a nova temporada, mas a essência segue a mesma: um espetáculo divertido, emocionante e que fala direto com o coração. é familiar, é passado e futuro com muita troca com o presente. ah, e são paulo teve fabrizio gorziza como irmão e alternante do daniel — e que com certeza foi das minhas adições favoritas ao espetáculo!
ver duas vezes 'uma babá quase perfeita' foi reencontrar não só uma história que fala com quem a gente já foi, mas também diz sobre os quases que ainda vamos ter. é rever gente, rever história; revisitar memórias, revisitar teatros; é essa sensação boa de que o teatro encontra quem vamos ser com afeto e reinvenção. e tudo bem ser excêntrico, vai?
no teatro villagemall, no rio de janeiro, assisti 'uma babá quase perfeita' sentada na plateia vip a7. em algumas cenas, como a de sapateado, senti que se estivesse algumas fileiras mais atrás minha visão poderia ter sido melhor, mas a experiência num geral foi ótima. em são paulo, assisti da plateia p26. o espetáculo é lindo e vale ser visto de qualquer lugar — seja no rio ou em são paulo.
minhas redes sociais tão sempre abertas pra gente trocar ideia sobre isso :)
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