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oscar 2025: 'emilia pérez' é um dos piores filmes que já vi?

  • Foto do escritor: Malu Patrício
    Malu Patrício
  • 18 de fev.
  • 3 min de leitura

a premissa é única: e se a gente fizer um filme musical com atores que não cantam, músicas completamente desconexas e uma narrativa sem profundidade?



rita é uma advogada insatisfeita com um diploma e absolutamente nada a perder. ela recebe uma ligação desconhecida e atende o chamado pra uma proposta: ajudar o chefão de um grande cartel no méxico. manitas, esse grande líder, quer se aposentar, desaparecer e fazer a transição pra assumir quem sempre desejou ser: emilia pérez.



é drama? é crime? é comédia? é musical? faça que nem eu: assista e tire suas próprias conclusões! vi numa sala 4 do cinemark com mais quinze pessoas na sessão e pra mim a experiência foi quase um terror dificílimo de aguentar até o final! mas vamo lá!


o filme coleciona polêmicas do início até muito depois do fim, mas não vou entrar nesse mérito por aqui — ainda que seja importante frisar que esse é o longa de língua não inglesa que coleciona o maior número de indicações ao oscar 2025, com 13 no total. além disso, karla sofía gascón entra pra história como a primeira mulher trans a ser indicada na categoria de melhor atriz. esse é um longa que se passa no méxico, mas que quase não foi rodado no méxico. ele também conta com protagonistas mexicanas, mas quase não tem atores mexicanos na equipe porque a diretora de elenco jura não ter achado atrizes qualificadas o suficiente pra preencher o filme. calma que tem mais: ele é assinado por um diretor francês que diz nem ter estudado tanto sobre o próprio país em tela pra criar a obra. ah, e além de ser estereotipado, também fala sobre temas extremamente sensíveis pra história do méxico, tipo a violência e os desaparecimentos que englobam o narcotráfico — só que sem nenhuma sensibilidade. e eu nem cheguei a mencionar as polêmicas externas que envolvem a protagonista.


mas pra ser honesta, emilia pérez é sim surpreendente e nem é só porque a pior notícia sobre o filme é sempre a próxima. isso acontece até durante as 2h10 de imersão-rasa dentro da narrativa mesmo. afirmo aqui com total consciência que a cada quinze minutos me vinha uma única pergunta: mas pra onde será que isso vai agora? e sim, isso é o que te prende dentro da história. no caso desse filme europeu (ele é o representante da frança no oscar, acredita?), parece que são infinitas as possibilidades de bagunça. isso não fica só na salada de sotaques espanhóis que se alternam em cena ou na campanha externa pela divulgação: o erro também orbita na existência de um filme musical sem uma música boa pra gente ouvir bem alto no fone, desfilar na rua com a cara fechada ou performar no chuveiro — mas esse até faz sentido porque o elenco provavelmente não daria conta, né.


emilia pérez é ousado, mas é tão ambicioso quanto esquecível. é que existe uma tentativa de explorar tantos temas ao mesmo tempo que a narrativa se perde dentro da própria falta de imersão. é quase como se o interno do filme fosse uma casa construída com centenas de paredes — mas nenhum telhado pra sustentar.


o motivo disso é bem simples de se compreender: além de ignorante, esse é um filme tão sonso, apressado e preguiçoso que nem se dá ao trabalho de contar pro público um pouco mais das protagonistas em tela — e também não é como se quem assistisse se importasse pra querer saber. e ainda que eu tivesse que pesquisar o nome das personagens no google pra gente conversar sobre essa história, a zoe saldaña, que interpreta a advogada rita, deve ser o ponto mais forte e interessante em cena. ainda assim, a sequência musical de ‘el mal’ não é boa o suficiente pra apagar a quantidade de elementos vergonhosos e mal executados dentro da ficção. o problema é que o único nome que deveríamos esquecer é exatamente o que dá munição pra mais um crime santificado dentro da narrativa.


o longa é uma chuva de ideias soltas que não constroem tempestade nenhuma. sim, é insano e quase desonesto que esse seja o grande concorrente do ainda estou aqui — um filme tão cuidadosamente doloroso e sensivelmente nosso. sim, o incômodo de ver uma obra cravada pela mediocridade existe e deve ser validado com um único sentimento emiliense: constrangimento. sim, aparentemente até dá pra fazer filme musical com atores que não cantam, músicas completamente desconexas e uma narrativa sem profundidade.


sim, é das piores obras que já vi.


minhas redes sociais tão sempre abertas pra gente trocar ideia sobre isso :)

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oi, meu nome é

malu patrício

e eu gosto de ir em shows, musicais e ao cinema. sou jornalista paraense morando em são paulo e ​já fiz parte da equipe da cnn brasil, trabalhei pro mickey e assisti mais de 200 eventos de entretenimento ao vivo nos últimos anos.

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