pecadores é um horror ou é o melhor filme que ninguém me avisou que eu precisava ver?
- Malu Patrício

- 10 de mai.
- 3 min de leitura
quando um "e se nós três formos juntos assistir o novo filme do michael b. jordan no cinema às 22h? a gente compra na hora!" se torna um sentados separados numa sessão lotada as 22h, só pode ser um bom motivo: filmão!
é 1932 no sul dos estados unidos e dois irmãos gêmeos voltam pra cidade natal racialmente segregada. fumaça e fuligem viveram um passado no crime, mas agora tentam recomeçar com o dinheiro que conseguiram depois de ficarem por nove anos em chicago. junto ao talentosíssimo músico, o primo sammy, eles buscam liberdade, mas o que de fato encontram é uma ameaça. é que, no filme, o dom de pessoas que podem fazer uma música tão pura mexe com coisas além do conhecimento, seja no passado ou no futuro.
fui assistir pecadores com a gina e o marcus sem ter muito bem o que esperar. na real, eu só sabia um único fato — e fato esse que me tirou de casa e me levou até a sala de cinema disposta a sentar separada dos meus amigos: hailee steinfeld trabalhando num filme. sou simples: se tem hailee steinfeld, eu assisto. ela tem de filmes de herói, comédias de amadurecimento, dramão de oscar e até transformers no currículo — mas não para por aí. agora é um horror de tripla qualidade completamente inovador.
essa é mais uma parceria do ryan coogler e do michael b. jordan. eles já trabalharam juntos em outros projetos tipo creed e pantera negra (esse é da época que eu não perdia um da marvel, tá? primoroso!), e essa é uma dupla que se desafia. o michael b. jordan é quem interpreta os gêmeos fumaça e fuligem. o trabalho corporal feito pro público distinguir os dois em cena é pontual desde a primeira cena e é perceptível até na posição dos ombros: um, atento, rígido e responsável, enquanto o outro é relaxado até o suspiro. a paleta de cores diferencia fumaça com tons em azul; fuligem com tons em vermelho, fora as relações incrivelmente densas, mesmo que não sejam tão exploradas, de cada um deles com os habitantes da cidade — o que é ótimo: não precisa de muito pra entender, porque já foi dito sem falar. são duas personalidades muito bem interpretadas pelo mesmo corpo... e é o do michael b. jordan...
pecadores é um filme confiante com uma ótima execução dos elementos — e sim, é um horror. e dos bons! é daqueles que ficam um alerta ecoando na mente de que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento, seja no silêncio do sol ou no barulho da noite. não estamos seguros, mas estamos em boas mãos na narrativa. tem drama, suspense e música numa estética que compreende muito bem o tom do filme e que coloca em cena o que vai ser a chave da narrativa: luz baixa, sombras e texturas. mas não é qualquer textura, é madeira. é o que envolve as personagens do início ao fim do longa numa ação fascinante que não te deixa desgrudar os olhos da cena — por mais horrorendamente lindo que seja a projeção em tela.
assisti da fileira h7, com meus amigos na g9 e g10, e não me arrependo. só me arrependo de não puxar o pé da gina e do marcus durante o filme, mas acabei tão presa com todo brilho amadeirado em cena que não consegui. fiquei imóvel. o filme te assusta, te faz refletir e te envolve com uma narrativa original. ah, e tem uma das cenas com música mais legais que já vi em muito tempo numa sala de cinema!
e sim, com certeza é o melhor filme que ninguém me avisou que eu precisava ver esse ano.
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